sábado, 30 de outubro de 2010

Penso... sempre penso nisso...


Foto de Nara Marx
O Palhaço é triste?

Certa vez, um domingo ai de setembro, acho, em uma oficina de palhaços, questiona-se: o palhaço é triste?
Essa pergunta me acomete muitas vezes desde esse dia. Se o palhaço é nossa verdadeira essência, desprovida das maldades e limitações sociais, um ser que é, um ser só sensibilidade; creio que seja triste por estar sempre preso em nossos papéis sociais.
Há alguns que se utilizam de seu palhaço no dia-a-dia (os Bobos de Clarice?) para poder fazer desse mundo de máscaras algo mais "vivível". São pessoas de extrema sensibilidade e fé nas pessoas. Talvez sejam tristes por terem fé nas pessoas e se machucarem com o mundo e as coisas como vem acontecendo. Mas é flor e naúsea. Não perdem a crença nas pessoas, leem Rousseau: todo homem nasce bom, a sociedade o corrompe. Creio que o palhaço seja isso uma tentativa de mostrar aos outros, outras "não-regras de viver" e assim tirar os homens da sociedade, já que é ela quem corrompe.
Às vezes, creio eu, os palhaços ficam tristes com aqueles que não querem dar um espiadinha para fora da sociedade e não os deixa espiar a sociedade! Ninguém vai ser palhaço 24 horas por dia, não porque não deveria, mas porque o palhaço não "entende" maldade, logo são mais abertos, menos "protegido" desse mundo dito normal. Creio que seja por isso que as pessoas não dão uma espiadinha: medo. Medo do verdadeiro. De sentir com todos os poros.
Mas não deviam: amar é profundo! Certa vez ouvi de um profeta na rua, em minhas andanças, profeta não - profeta é aquele que diz profecias, futuro, ele dizia do presente, que é só o que temos - continuemos, ouvi de um palhaço já que é esse o mote e se aquele não é palhaço 24 horas por dia, o é por 16, as outras oito ele dorme; me disse assim: AMO TODO MUNDO, MAS NÃO GOSTO DE TODO MUNDO.
Creio que é essa a base e o medo. O palhaço não gosta de tudo, não deve gostar de jiló talvez, mas ama, ama a vida, ama o que carrega um jiló, a planta, sua forma de viver, a natureza. Pode não gostar de seu amigo e lhe prega uma peça, mas é um não gostar sem ódio. Não gosto mais te amo como ser humano, participante dessa vida em comum (incomum) nesse vasto mundo de Raimundo.
O palhaço é triste?
Às vezes penso: o é quem o vê e não o deixa dar uma espiadinha no mundo das máscaras, ou seja, algumas pessoas devem ficar tristes de ver o palhaço, e não que eles sejam, mas por não se deixar sê-lo (deixar-se ser palhaço) nem que seja só por uns instantes. Transferência, transfere um sentimento seu ao que vê.
O palhaço é triste?
Penso também, o palhaço fica triste com algumas constatações. Mas não deixa de acreditar.

Certa vez, uma criança (pra mim sempre palhaços, ainda não foram engolidads pela sociedade - estão sendo cada vez mais cedo, mas ainda consegue-se crianças em estado natural de palhaço, chamemos assim) descobriu que os bonecos que a acompanhava no trenzinho eram pessoas vestidas. Mas essa mesma criança não deixou de chorar ao ver sua tia vestida de papai noel uns 18 anos depois, pensando as pessoas ainda acreditam que as coisas podem dar certo. Elas encerram em si um palhaço, que escapa nos vãos de uma alegria!

O palhaço ficou triste quando constatou: as pessoas se esqueceram do que dizia n"O Pequeno Príncipe" e as que não se esqueceram não leram, não conhecem e tem aquelas que não querem (isso deixa o palhaço triste).
Palhaço pensa, pensa, pensa. Normalmente se diria tá tudo uma caca mesmo, não há o que fazer.
Solução de palhaço: vamos levar "O Pequeno Príncipe" de porta em porta, de boca em boca.
- Mas a terra tem seis bilhões de habitantes?
Mas palhaço é contagioso....

O palhaço que encontrei em minhas andanças me perguntou ao "terminarmos" nossa longa conversa: Me dê um abraço?

Nara Marx

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Vejo da janela lateral do quarto de dormir...

Foto de Nara Marx
Hoje choveu pedrinha...
Nostalgia
Lembrei de como era o máximo quando chovia pedrinha e eu era criança
Pensava que um dia poderia ver a neve
Ainda me encanta ver chover pedrinhas
Mas nada é mais doce e verdadeiro que o encanto da criança
Nada é mais real e convincente que as nossas infanto-explicações para o universo
Nada mais puro e desvinculado que uma criança
Minha irmã as vezes diz que eu a confundo
Mas hoje choveu pedrinhas
"Lágrimas de diamantes" (dia - amantes?)

Audaciosa a chuva passa como se nada tivesse acontecido
Nara Marx

sábado, 23 de outubro de 2010

Penso, com das Almas, vinho e rosa em 22/10/10

Foto de Nara Marx - Campus FCLAr


"Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer"
(Vinicius de Moraes)

Ode ao amor

Uma ode ao amor
Ao amor incondicional
Ao amor burro
A esse amor infindável pelas pessoas
A essa crença que vem não sei de onde
Nas pessoas

Uma ode ao re-amar
Desenfreado
Não convidado
Que insiste em renascer apesar da queda
Apesar dos machucados e das dores
"Apesar dos pesares" "te darei prazer"
Porque meu ser que é amor não sabe ser diferente
Transformo-me "na cousa amada"

Uma ode e um copo de vinho
A todos aqueles amantes idiotas
Que só são assim porque não sabem ser de outro jeito
Que renunciam o efêmero gostar pelo amor a vida
Que se rebelam dizendo: 'agora é que amarei mais'

Uma ode àqueles que a arma é o amor
Que a revolta é o amor
Que o amor é o AMOR
Livre de limites e taxações

Uma ode ao que ama o próximo e o distante
O feio e o bonito
O homem e a mulher
E todas as varições entre os extremos

Uma ode e uma garrafa de vinho
Àqueles que acreditam
Que ainda acreditam que o amor é pra dar
Dividir (né Vinicius: "Pra que somar se a gente pode dividir")

Uma ode a todos aqueles que amam
E nem precisa ser sábado!
"Evoéros"

(Nara Marx)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Observo... hoje e sempre

Como as cores de Araraquara ficam mais contrastantes quando o relógio anda forçosamente uma hora à frente.
Elas gritam e pululam.
O trem é de um vermelho sangue.
O mato é de um verde primaveral
O céu é de um azul inebriante.
Ainda não achei céu como este!
E como elas se misturam na aquarela de uma manhã de terça-feira

"Cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores"
(Nara)

Foto de Nara Marx

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Penso... em 18/10/10

Não importa onde vais Amèlie, o que é seu está na raiz.
(Nara)
Os caminhos nos interrogam.
(Foto de Nara Marx)


sábado, 16 de outubro de 2010

Viajo, vejo, penso... (13/10/10)

Cidadão Cosmo-polita

Qual é a busca?
Se todas as cidades lhe parecem iguais
Diferentes mais iguais
Uma saudade de casa
Um sentimento de casa (em todo lugar)
O que fazem essas pessoas
Nesses cidades
Rodeada de águas
E de montanhas
Nessas cidades "limitadas"
Qual o propósito?
Alguém pra amar?
Alguém pra quem voltar?
"Não sei, mas vou pensar"
"Cansei de ver amor nas entrelinhas"

Nara Marx
Foto de Nara Marx - Pessoa fotografada que ficou sabendo a posteirori: Neila


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Penso com Flor em uma tarde (11/10/10)

"Então vem, chega mais perto
Devolve já meu coração
Que tal sair deste aperto
E decretarmos solidão a dois
Querido, é mais fácil vivermos solteiros
Em festas confusões
Querido, é mais lindo juntarmos dinheiro
E embarcarmos pro Japão"

Foto de Nara

(Fortalece ai...)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Penso, escrevo-te... noite... (04/10/10)

"As palavras eram perdidas nas curvas escuras da vida..."
A música segue: "e eu nunca estava lá..."
Mas penso: Estava lá, mas é escuro. Não vou ver por mais que tente.
(Ou vou ver, volver, en-volver, volver em) ?
(Nara Marx)

Foto de Nara Marx
"Aguardemos as cenas do próximo capítulo"

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Quintessência (04/10/10)


"Naquele curió mora um pessegueiro
E todo rouxinol tem sempre um jasmineiro"

Sei quando estás, passarinho
(Não é a primeira vez)
Pelo cheiro
Um cheiro de mato molhado
Por vários dias passados
Em uma reta
Sempre a mesma reta
O cheiro verde
Passarinho
E o passarinho cantou
Sobrevoou com seu canto
Com sua presença não presente
Sua voz de rouxinol
Não pousou
E noutra curva sinto o cheiro verde
Sei que ainda estás, passarinho
Mas não mais naquela reta
Sempre sei quando
Será que ainda estás, passarinho
Sei que tem que voar
Tenho medo de ser sempre árvore
Passarinho
Mas por enquanto o sou (soou)
E sei quando estás.
(Nara Marx)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Faço... aprecio... (01/10/10)

Plantei uma árvore em meu quarto
Estou muito feliz
Pois os pássaros vieram
Alguns chegaram
Alguns voltaram