sábado, 23 de julho de 2011

O suicida ou o trapezista

Foto de Nara Marx - Pontilhão da Av. Barroso
"Mas não tente se matar, pelo menos essa noite não
Essa noite não..."
Lobão

"...me atirar lá do alto na certeza de que alguém segurava minhas mãos, não me deixando cair. Era lindo mas eu morria de medo. Tinha medo de tudo quase, cinema, parque de diversão, de circo, ciganos, aquela gente encantada que chegava e seguia. Era disso que eu tinha medo, do que não ficava para sempre. "


Antônio Bivar

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ouço La vie quotidienne e penso...

Foto de Nara Marx
"... e a vida insiste em nascer"




Comentário em 07/05/09 (de um dos meus veladores fiéis): E hoje, dos meus cadáveres, eu sou o mais desnudo, o que não tem mais nada...mas a luz do morto não se apaga nunca!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Yo soy la desintegración... Uma carta para ninguém...

Página do Diário de Frida Kahlo
"Mas eternamente é palavra muito dura: tem um "t" granítico no meio. Eternidade: pois tudo o que é nunca começou. Minha pequena cabeça tão limitada estala ao pensar em alguma coisa que não começa e não termina - porque assim é o eterno. Felizmente esse sentimento dura pouco porque eu não aguento que demore e se permanecesse levaria ao desvario. Mas a cabeça também estala ao imaginar o contrário: alguma coisa que tivesse começado - pois onde começaria? E que terminasse - mas o que viria depois de terminar? Como vês, é-me impossível aprofundar e apossar-me da vida, ela é aérea, é o meu leve hálito. Mas bem sei o que quero aqui: quero o inconcluso. Quero a profunda desordem orgânica que no entanto dá a pressentir uma ordem subjacente. A grande potência da potencialidade (...)."
Trecho de  "Água Viva" Clarice Lispector (flor de lis no peito)

Desculpe não vou responder a vc referente ao que escreveu. Assim como vc tem seus tempos e seus processos tb tenho os meus embora as pessoas não entendam, não respeitem por vezes e acham que eu, por (in)felizmente ter comigo essa sina de tronco, esse coração besta que quer ajudar, eu não preciso de ajuda, tenho as respostas do mundo e tenho que estar sempre disponível (sim, estou cansada, desencantada sim, não com o mundo, o mundo é bonito!). 
Mais uma vez estou morta e preciso de silencio em minha morte, silencio meu. Ouço, vejo, escuto as pessoas, não quero elas longe, não quero todas perto também (porém as pessoas não entendem muito bem esse momento meu e e se afastam de mim, não as culpo, pq nem eu entendo muito bem quem quero comigo, mas tenho alguns veladores fiéis que me acompanharam em diversos ciclos dessa minha vida de Ouroboro). 
Jaja renasço e esse silêncio é porque tudo em cada morte-nascimento é novo, é lindo e inconcebível, estranho e igual, humano... e como tudo que é humano, não me surpreende e me surpreende ao mesmo tempo.
Não estou triste, não estou brava, talvez num estado de sensibilidade extrema e aflorada onde tudo me toca como se fosse a primeira vez. E choro... chorar limpa os olhos... e limpa a alma.
Num momento de reequilibrio interno, de limpeza em vários sentidos... de ver quem e o que está comigo, quem e o que não está comigo.
Adoro esse oportunidade que me deram de ser uma eterna bricolagem, de sempre pegar os meus cacos e fazer ser, essa capacidade dolorosa de regeneração e de apesar dos milhares machucados e mágoas eu conseguir renascer.
Mas vezes acho quesempre um desconto em cada renascer que cada vez mais me aproxima do niilismo... mas não sei preciso pensar sobre isso.
Sim estou com saúde, sim de bom humor (um sério bom humor como me é característico) sim, de boa vontade.
Talvez tudo isso porque ainda não encontrei o que procuro  e a busca é interessante... não sei se realmente alguém encontrou o que procura.
(So, no alarms and no surprises, silent...)
Ipês rosa florescem (nossas cerejeiras em flor), pássaros vem e vão.
O inverno aqui não é rigoroso!