domingo, 28 de agosto de 2011

Penso em uma aula de Interpretação

Foto Nara Marques - Arte Ivi

O ator é aquele que literalmente (talvez o único) estuda pra ser alguém.

Foto Nara Marques - Arte Ivi

domingo, 21 de agosto de 2011

Encontro...

Foto Nara Marx
Encontrei os ipês amarelos que me perguntou.
Encontrei vários, vários, de um amarelo lindo, que quase nos ludibriava da falta de sol naquela tarde.
Quase que era o sol ou vários sóis.
(Faltava só uma flor)
Eram vários ipês amarelos, mas eles estavam dentro dos limites da cerca da penitenciária daquela cidade.
Isso me disse muita coisa.
Mas eu achei os ipês amarelos que me perguntou.

Nara Marques

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

...um pote II... penso em 15/08/11

Foto Nara Marx - 2006



Quem é você? Quem sou eu? 
Sei apenas que navegamos no mesmo barco furado
(CFA)

... e não adianta me culpar pelo furo. Eu que não ando de salto - chinelos velhos, já gastos - não tenho lá muito peso apesar de ter engordado um pouco. eu que não uso bengala. Eu que não sei dessas águas, são vastas, das pedras que podem ter furado o barco. Eu não sei.
Não sei se entrei já estava assim ou se ficou assim, mas não posso mexer no que foi... sei que estou aqui, no barco.
De nada vai adiantar procurar um responsável pelo furo. De nada vai adiantar relegar a mim o furo, eu só estou no barco, de passagem e coincidentemente as pessoas se conhecem, não sei bem porquê.
A água entra, entra, entra e toma o barco, a busca de um culpado pelo furo não tapa o furo e não baixa a água.
Ou você pega aquele balde e começa a jogar a água pra fora, como todos aqui, ou deixa encher e te engolir já que não acha-se (ou se acha) o responsável pelo furo. O que de fato é bem mais fácil, culpar alguém pelas mazelas do mundo.
O mais engraçado é que é o nosso mundo, nós o fazemos e as mazelas nunca são nossas...
Mas enfim sei que "Debaixo d'água tudo era mais bonito, Mais azul, mais colorido", mas não se esqueça que tem que respirar, todo dia.
Sem respirar ninguém fica.
Ou fica...
Mas eu não fico... (eu tenho um balde)


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Uma madruga, um resgate...


Foto de Nara Marx
Cada um doa o que pode



Poema da necessidade
Carlos Drummond de Andrade

É
preciso casar João,
é
preciso suportar, Antônio,
é
preciso odiar Melquíades
é
preciso substituir nós todos.
É
preciso salvar o país,
é
preciso crer em Deus,
é
preciso pagar as dívidas,
é
preciso comprar um rádio,
é
preciso esquecer fulana.
É
preciso estudar volapuque,
é
preciso estar sempre bêbado,
é
preciso ler Baudelaire,
é
preciso colher as flores
de
que rezam velhos autores.
É
preciso viver com os homens
é
preciso não assassiná-los,
é
preciso ter mãos pálidas
e
anunciar O FIM DO MUNDO

POEMA DA NARACESSIDADE
(
com participação especial de Carlos Drummond de Andrade)

É
preciso casar
É
preciso suportar
Odiar
É
preciso substituir nós todos
É
preciso salvar o país e crer em deus
É
preciso pagar as dívidas para comprar um rádio
É
preciso esquecer (ou fingi-lo)
É
preciso estudar (para quê?)
É
preciso estar sempre bêbado
É
preciso ler
É
preciso plantar e (talvez) colher flores
de
que os autores falsos e mentirosos não rezam e nem colheram
É
preciso viver com os homens (sentido genérico)
Embora não tenha escolhido tal
E,
então, por educação e (auto) preservação
É
preciso não assassiná-los
É
preciso ter mãos, boca, força
É
preciso logo, que se anuncie o fim do mundo
É
preciso e preferível estar louco

(Idos de 2002???)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

... um pote... (Penso ao ver um clip)


Perguntei a uma amiga... e os amores?
Ela disse: não tenho nenhum.
E eu repliquei: bom assim você não gasta tempo e energia
Ela: não é bom não. Você acaba ficando insensível
Pensei: não só assim você fica insensível.

http://www.youtube.com/watch?v=BBAJwjB0dY0&feature=player_embedded


(Será que sei ainda?)