quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sinestesia numa tarde com vinho...

Não, eu não combinava com suas paredes brancas.
Com suas cores brancas.
Com seu preconceito branco.
Com seu machismo feminino.
Com seu status branco.
Guardo em mim um discurso igual.
Guardo seu medo infantil.
Um cheiro de sabão em pó.
Sua imagem branca junto a parece branca.
Um gosto verde.
Um ego contemplado.
Uma sensação de usado.
Nada que altere meus dias e minha vida.
Não guardo nada de importante.
É seu o medo.
É sua a dor da existência (que é tão simples, é existir e contemplar).
É seu o silêncio.
É sua solidão.
É seu o branco.
Parafraseando: 'Bartleby se encontrava voltado a parede branca do escritório. Aquilo era um ato quase que político que dizia não quero nada disso (aponta para trás, a atriz), quero isso que é nada.' (Denise Stoklos)

Eu preferi não.
Sou muito marrom.

Nara Marques 23/11/11


"Se eu pudesse parar os elementos
Se eu pudesse trazer paz ao mau tempo
Mas eu não posso
Não devo
Não quero
Tempestade"


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